sexta-feira, 29 de abril de 2011

DINHEIRO: Quem controla quem?

Por mais que tenhamos um impulso teimoso de responder “claro que não”, o mais provável é que a verdadeira resposta seja “sim”. Talvez você seja uma daquelas pessoas, típico brasileiro, que reza pelo mantra do “sou pobre mas sou feliz” e torce o nariz para idéias relacionadas à geração de renda como se o interesse pelo dinheiro fosse coisa de gente avarenta e mesquinha. Ou talvez você seja uma pessoa aberta a tudo o que diz respeito ao dinheiro, mas que mesmo assim não consegue manter a cabeça fora d’água. De um jeito ou de outro, o dinheiro provavelmente controla sua vida muito mais do que você imagina (ou deseja).
De uma forma básica, o dinheiro controla a vida de todo mundo, pois não é possível viver sem ele, quer você goste disso ou não. Sua opinião pouco influencia o preço dos produtos e serviços de que você precisa para sobreviver, não é verdade? É possível, entretanto, alcançar um patamar financeiro em que você pode se sentir mais livre do dinheiro, aproveitando mais a sua vida, sem o stress de ter que batalhar para pagar contas. A ironia é que para chegar lá você precisa ser uma pessoa interessada em dinheiro!
Não conheço uma pessoa que não tenha desejos de consumo, mesmo que seja uma viagem turística com a família, um jantar num restaurante famoso (e caro) ou simplesmente mais tranqüilidade financeira na vida (sim, isso é sonho de consumo!). A tendência natural do ser humano é desejar “coisas” para si e para seus entes queridos e essas coisas, sejam bens materiais ou serviços, custam dinheiro. É por esse motivo que o sistema socialista nunca funcionou (sem opressão) em nenhum lugar do mundo. A idéia fantasiosa de que todos devem dividir tudo e ninguém deve ter bens pessoais só funciona na teoria. Na prática, o ser humano é um bicho egoísta, invejoso e vaidoso (sim, você também!). Mesmo que você não deseje ser milionário, mesmo que você não pense em dinheiro o tempo todo, mesmo que você seja uma boa pessoa, caridosa, etc. que não coloca o dinheiro em primeiro lugar, você tem um capitalista dentro de você e o dinheiro ocupa, sim, uma certa posição (que pode não ser a primeira, mas ainda assim está lá!) dentro de você.
Isso não faz de você uma má pessoa. Dinheiro é o meio de troca que temos na vida para conseguirmos o que queremos e o que precisamos. O fato de que alguns exageram nos desejos e nos impulsos para conseguir dinheiro não faz de você um santinho que não precisa de dinheiro pra nada! No final das contas, se você não está onde gostaria de estar financeiramente, ou seja, se você não sente a segurança de que precisa, se você mantém uma atividade profissional que não manteria se dinheiro não fosse problema, se você faz escolhas difíceis ligadas ao dinheiro, não tem jeito, ele controla sua vida, sim, por mais que você desejasse que não.
A solução, como eu disse, é acabar com esse preconceito bobo (se for o seu caso) e passar a gostar mais de dinheiro. Percebo que muitas vezes o preconceito vem da cultura ou mesmo da própria infância e a pessoa nem sequer percebe. Muitos dos que dizem estar abertos ao dinheiro mantêm preconceitos inconscientes escondidos lá no fundo da mente inconsciente. Essas idéias, muitas vezes, são absorvidas desde a infância do próprio meio e no Brasil há uma postura generalizada de aversão, talvez não ao dinheiro em si, mas à idéia de “fazer dinheiro”, que é vista quase como uma coisa vergonhosa, suja. A forte influência religiosa no Brasil pesa muito culturalmente com noções generalizadas contra os ricos e uma idolatração tola da pobreza. “Rico é avarento”, “rico é infeliz”, “dinheiro não traz felicidade”, “sou pobre, mas sou feliz”, enfim, todas essas frases que permeiam a cultura brasileira e mesmo inconscientemente fazem parte do pensamento do brasileiro.
Com freqüência vejo meus leitores referirem-se ao dinheiro timidamente, como se desejar fazer muito dinheiro fosse algo extremamente vergonhoso. Vejo coisas do tipo: “Não quero ser rico, não, só quero melhorar um pouquinho de vida”, “Jamais iria para fora do país como você fez para perseguir metas profissionais, mas quero ter um pouquinho de tranqüilidade financeira” ou ainda “Só quero conseguir pagar minhas contas sem me preocupar, mas riqueza, não quero, não”. Há um senso generalizado de que desejar riqueza “é feio”, de que a pessoa que diz com todas as letras que deseja ser rico é daquelas que “só pensa em dinheiro” e provavelmente “deve ser” avarenta, mesquinha, egoísta e por aí vai. A pessoa, então, precisa deixar bem claro para todos ouvirem que “ela não quer ser rica não, tá?” ela “só quer um pouquinho mais de dinheiro… mas não muito, viu?”!
Algo que percebo, porém, é que aqueles que têm essa postura de ter vergonha do dinheiro, de dizer que “só quer” isso ou aquilo mas não quer muito geralmente não consegue nada! Isso tem a ver com a motivação (e isso a psicologia explica!), mas é tão complexo que será assunto para outro artigo! O fato é que aquele que pouco deseja não consegue nem esse pouco, simplesmente não consegue nada...
Então, se você quer ter o privilégio de dizer que não, o dinheiro não controla sua vida justamente porque você tem tanto que nem precisa se preocupar com ele, o caminho é adotar uma postura positiva com relação à geração de renda, não ter vergonha de dizer que quer ficar rico e não ter preconceitos contra quem já é. Por mais básico que seja esse pensamento, ele funciona. A partir daí é claro, cabe a você encontrar uma forma de geração de renda que lhe permita um gap maior entre o que você ganha e o que você gasta para que você possa se sentir seguro e dizer com firmeza que o dinheiro não controla sua vida, você é quem o controla.

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