quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

FANATISMO



Tenho me deparado com muitas situações de amigos meus, ex-católicos, que agora são fundamentalistas fanáticos de religiões neo-pentecostais, e olha que são pessoas instruídas, inteligentes, com formação superior. E me pergunto, o que os levou a ficarem assim?

Quando ouvimos a palavra fanatismo, quase imediatamente, formamos a imagem mental de homens e mulheres com turbantes e burcas, apenas com os olhos de fora gritando a plenos pulmões: “Alláh!” – E explodindo-se no meio da multidão.

Puro preconceito. O fanatismo é arraigado no interior do homem desde que esse apareceu sobre a face da terra. Com o advento da religião, seja ela qual for, o fanatismo encontrou um terreno fértil para crescer e amadurecer; escondendo-se das mentes vigilantes por trás de dogmas e práticas aparentemente inocentes.

O muçulmano que se explode em nome de Alláh, o fiel católico que vira a cara ou instila seu ódio para praticantes de outras religiões, o “crente” que chuta imagens de santos ou invade centros de macumba, o umbandista que xinga ou lança maldições aos desafetos espirituais; enfim, todas essas formas de fanatismo estão por aí, bem perto de nós.

Quando o primeiro Neandertal percebeu que, dos pântanos e cavernas onde enterravam seus mortos, algo etéreo e brilhante se desprendia dos mortos e subia aos céus; sua mente, que não conseguia entender que eram apenas gases da decomposição se inflamando em contato com o ar (fogo fátuo), concebeu que aquilo era a centelha divina retornando ao seio do criador. Nascia o conceito de alma, que imediatamente depois, deu origem à idéia de um ser maior controlando tudo e, do qual, poderíamos obter benesses: Deus.

Ao mesmo tempo, ele percebeu que outras tribos ou famílias, que ainda não tinham atentado para esse “mistério”; não acreditavam nisso. Logo, eram inferiores a ele e precisavam ser “orientadas” a reconhecer esses “mistérios”. Quando alguns recusaram e ele foi obrigado a matá-los, pois eram uma ameaça, e obteve apoio para seus atos que, em qualquer outra situação, seriam condenados pela tribo, percebeu que matar em nome de Deus era aceitável. Daí para frente nascia o conceito de “guerra santa”. Desde então, nuca se matou tanto ou se fez tanto mal, quanto “em nome de Deus”.

Seja na baixada fluminense, seja no oriente distante, Deus é usado para inúmeras finalidades. De enriquecer facilmente, parasitando pessoas crédulas e despreparadas, até levar milhões a morrer por uma causa e, com isso, propiciar notoriedade, dinheiro e conforto para uma pequena minoria aproveitadora.

A história está repleta de exemplos de fanáticos que causaram apenas morte e destruição com suas visões distorcidas de Deus. Além da fé e da dedicação, deve sempre haver o bom senso. Deus e o diabo vivem dentro de nós e esse é o real campo de batalha. Antes de seguir, cegamente, o que diz seu padre, seu pastor, seu pai de santo, seu mulá, ou seja lá qual denominação tenha o sacerdote da fé que você professa; tenha em mente e analise se você faria o que ele pede; se fosse um estranho que acabou de encontrar na rua. Deus, mais do que qualquer outra coisa deu-nos um cérebro e inteligência. E, em sua infinita sabedoria, deu meios para que nos desenvolvêssemos e aprendêssemos como usá-los. Não cometa um sacrilégio e nem envergonhe seu Deus: Pense.

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